terça-feira, fevereiro 27, 2007

putz!

esqueci o que eu ia dizer...
mas era bem massa

domingo, fevereiro 25, 2007

narciso

gema, clara, gema
clara, quanto mais gemas melhor...
quanto mais gemas melhor...

oxímoro

Não é porque foi um cara do Inter, mas lendo a Zero Hora esses dias uma frase me chamou a atenção.
Tavam falando da derrota pro Naci quando, segundo o jornal, um dos titulares falou assim:

"Não foi salto alto, mas não pensamos que eles pudessem reagir."

???

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

carnaval

um monte de gente estranha e feia
dançando um som podre
em ruas de vômito, mijo
sangue
porra

nunca mais...

*mas como havia prometido a mim mesmo nunca mais dizer nunca mais para as coisas (dá azar, sempre acaba rolando)...

só mesmo daqui a muito tempo

mas e as tradições?

formool

sensibilidade embotada
não sei mais o que eu quero e o que eu não sei
se quero, porque não?
se não, porquê?
minha cabeça e meu corpo...
agem como se

uma coisa eu sei...
de mim
preciso ir adiante para voltar ao que era

antes

nada melhor para mover
nada melhor para quebrar
nada melhor para criar

do que isto.
o melhor silêncio que jamais tive

(mas já tive...)

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

estupro infantil midiático

Imagine a cena:
Estava eu belo e faceiro em um dos momentos mais agradáveis que já tive até hoje a trabalho; levamos as crianças para um convescote em um belo horto florestal no coração da cidade, verdadeiro oásis de tranquilidade, o qual, diga-se de passagem, eu nunca tinha visitado.

Quando de repente... RBS TV.

Estão vindo para cá... disse alguém.

O que se seguiu foi um daqueles momentos grotescos protagonizados por uma gente muito bizarra que me fazem pensar se realmente o BEM e o MAL não existem.

Uma mulher tenebrosa com a cara rebocada de maquiagem avnçou sobre nós, arrastando um cameraman (que enfiou o aparelho em nossa cara) por um fio de microfone, e da maneira mais ARTIFICIAL imaginável, com um tom de voz altíssimo, se lançou fazendo umas perguntas ridículas sobre coisas sem importância. A fisionomia dela era assustadora. Não sei nem descrever, mas a falsa simpatia dava arrepios.

A abordagem blitzkrieguiana foi tão agressiva que de início até nós, os três adultos, ficamos meio que paralisados, meio que respondendo, meio que não. Mas o pior vem agora. Foi quando eles atacaram as crianças.

Ela chegou em três meninas e disse: "DIGAM: E O TEMPO, COMO VAI SER?" ou algo do gênero; aparentemente era uma chamada para a previsão do tempo.
Ela assediou tanto as meninas para falarem, e de uma maneira tão agressiva, que eu falei: "ó meninas, não precisam falar se não quiserem..."
Ela riu: "HAHAHAHA!"
Na seqüência, fez cara de séria e muito sensível ao que estávamos sentindo: "É verdade, não precisa... NÃO VOU BOTAR DE CASTIGO, NÃO VOU TIRAR A COMIDA!!!!!!!" Num crescendo muito ameaçador.
As meninas fizeram.

Partiu então para cima do menino, que falava com mais desenvoltura. Ele deveria dizer: RODA O MAPA!!, logicamente sorrindo e amando muito tudo aquilo.
De novo. Mais bonito. Agora olha para a câmera. Sorria DE NOVO. DE NOVO. DE NOVO!!!!!!! AAAAAAAAAAHHHH!!!!!!!!!!!!!!
(Assim, no mais, nem disse que mapa que era, na piorzíssima das hipóteses)
Umas dez vezes em dez segundos. A velocidade das repetições era algo que visivelmente não favorecia a execução da fala. Acredito que seja assim executado deliberadamente para que a pessoa não tenha nenhum tempo para pensar em desistir de fazer aquele papel ridículo. Acredito, também, que deva existir uma caralhada de psicólogos na empresa que ficam só bolando estratégias maquiavélicas que serão aplicadas nas ruas para que se possa tirar o máximo das vítimas, do tipo: "olha, quando tu for abordar alguém, nem te apresenta, nem fala nada, cai de pau direto, sobe em cima se precisar. depois, se for mesmo necessário, diz, sei lá... se eles autorizam ou não ou qualquer coisa assim". Realmente vampirescos (valeu, Fabião!).

Nessa hora eu já tava de pé, o sangue me subindo.
Tentei apelar para uma espécie de bom senso: "Chega, tá atucanando o guri!". Não havia nada de bom ali. A piranha respondeu: "Não tô não, ele tá gostando. Não é??? NÃO É???"
Puta que pariu, eu tenho que aprender a ser mais veemente sem descambar para o baixo calão, porque nessa hora tudo que era nome tava me passando pela cabeça para descarregar na mulher. Além disso, fiquei meio num dilema do tipo: "pô, sei lá, não vou vetar o lance assim, nós sempre tentamos dar o máximo de espaço para as crianças exercerem sua autonomia e tal... criança deve gostar de aparecer na TV, vai ver que pra eles tá legal...

Maldito dilema...

A única coisa massa que teve foi que o guri, quando tava sendo filmado, tirou uma onda com a mulher. Ficou repetindo o que ela falava e tal...

O modo como se aproximaram de nós foi extremamente agressivo, coercitivo e sem noção. Assediaram crianças com os instrumentos de poder da mídia simplesmente para preencher as gretas da programação. Além disso, estragaram um pedaço do nosso convescote (o rango não me caiu tão bem depois...).
Não disseram o nome, não disseram o que estavam fazendo, usaram as crianças (e nós) e foram embora sem mais nem menos. A sensação que ficou foi de uma espécie de estupro.
Não bastasse toda essa falta de ética, no final ainda colocaram uma cereja em cima: pediram autorização de veiculação de imagem (verbalmente) para as próprias crianças, lançando na nossa esse papo propositalmente falso, para ver se a gente caía.

Depois ficamos conversando sobre tudo isso e várias idéias maravilhosas e muito válidas vieram à tona, do tipo (valeu, Liz!): "vamos mostrar a bunda para a câmera!" e fizeram com que voltássemos ao normal.

Vou te falar mais uma coisa, já fazia um bom tempo que aquele jornal do almoço tava me dando nos nervos, com aquele Mário Motta moralista safado fazendo aquelas carinhas de muy amigo e seus Prates da vida. Lixo puro. Faz mal. Agora, então, que eu presenciei o modo como as coisas funcionam por tras das mil faces de Mário "vamos fazer uma boa tarde?" & cia não suporto mais ver mas nem pintados de ouro.

Esqueci de algo?
Comentários, por favor.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

...

O meu colégio pode não ter me ensinado a pensar direito, mas sem dúvida me ensinou a sentir (pela via inversa). Sorte minha... Se não tivesse sentido que aquilo tudo era uma grande mentira, teria caído na armadilha social. Hoje vejo quão maravilhosa foi essa travessia. Em sua ingenuidade, e seus ouvidos moucos (dentro do possível) ao assédio de um discurso de verdade que não me satisfaria. Em sua subversão inocente e divertida, tão distante da arrogância ansiosa dos ismos e dos deveres de pedra de hoje em dia (ismo não é sufixo de doença?...). Me dá vontade de chorar.

Hoje, quando sei que estou fazendo o que preciso, sinto muito, mas sinto tanto, que experimento um dos significados de...

Isso porque estou aprendendo agora que o meu jeito é o único para fazer as coisas bem feitas. Aprendo agora, mas é sem dúvida um sentimento que ecoa nesse passado. Graças a ele... No fim das contas acho que aprendi a ser eu mesmo ao contrário, de tanto ser ensinado a ser os outros. Aprendi - graças àquilo, de lá pra cá e cada vez mais) muito como as coisas não devem ser. Tive sorte...

Hoje escrevo com pena de doutores. Mas não sou um deles. Não, não... muito pelo contrário.
Gosta do teu presente? Então abraça teu passado.

Agradeço aos companheiros de viagem.


(gostaria de ter fotos também dos outros...)

de novo... nós

acho que temos dentro de nós
todas as possibilidades
(só temos que desatá-los)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

ah! já ia esquecendo...


tem isso aqui também no filme...

p.s.

tem coisa mais triste que homem velho chorando?

será?

acho que a resposta é a pergunta

terça-feira, fevereiro 06, 2007

magnífico



life aquatic com steve zissou. a cada vez que vejo parece melhor. parabéns a wes anderson e sua capacidade de criar esse mundo estranhamente nostálgico.

bill murray sem comentários. um dos melhores atores que eu já vi, e ultimamente vem se superando. o cara faz com que uma cena engraçada dê vontade de chorar (e vice versa), assim como naquele filme que ele fez com a filha do coppola. maravilhoso.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

carta ao amigo

caro amigo
uma coisa
te digo

caro amigo
te daria, se pudesse
uma palavra qualquer de abrigo
ou então
algo
mas sempre me pediste para nunca livrar-te da morte certa
por mais que me...

por ora
tudo bem
agora
tudo vem
bem a calhar

e retorno para donde vim

sempre vamos nos encontrar
e beber a vida em cálices quebrados
pela alegria de não conseguir conter
aquilo que não queríamos dizer

uma palavra quebrada...
uma palavra quebrada...

aquilo não podia ficar para trás

ficar vazia...
quando só o que queria...
era um som...
seu

mas

todas as coisas mudaram
enquanto você não estava
todas as coisas estavam
só você não
criando essa sensação
que deveria chegar
em vão

agora

todas as páginas já foram preenchidas
algumas com palavras
outras desenhos
esta de restos