domingo, abril 22, 2007

contato

Parte 1: O Ato

Hoje eu fiz cocô num pote. Acomodei ele ali, tampei e coloquei esse pote numa sacola. Peguei o carro e fui entregar o potinho com meu cocô para uma moça, que o recebeu de bom grado, com um sorriso.

Parte 2: Reflexão

A esta altura você já deve estar com cara de nojo, só de ouvir. Imagine fazer. Quando terminei de empacotar a parte de cocô necessária, peguei uma revista rapidamente e terminei o serviço como um bom ser humano: esquecendo totalmente que ali eu não passava de um bicho cagando.

sábado, abril 14, 2007


Essa é a capa de um disco que eu ouvia muito quando criança, um disco de meu pai. Eu tinha uma música gravada em uma fita. Eu tinha uns 10, 11 anos.
Anteontem eu vi esse filme. Meu pai me falava que esse filme era impróprio para menores de 36 anos. Eu assumi o risco, e assisti com 28.

À medida que ia assistindo, fui percebendo que ele não era como eu o tinha em minha cabeça. Percebi então, que o tinha bastante desenvolvido em minha cabeça: enredo, posições de câmera, personagens. Não era algo em que eu já tivesse pensado; simplesmente estava lá. Sei que a trilha sonora tinha um papel muito mais importante.
Assisti o filme, como em transe. Como descobrindo que um episódio de minha infância ocorreu de outra maneira, não a que eu lembrava. Simples assim. O filme passou, e eu vi, ponto.

Hoje, já começo a esquecer.
Hoje, quando lembro do filme, as imagens originais - as imagens verdadeiras - já tomam seu lugar novamente: o filme do disco de meu pai.